terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sobre o Palhaço e a Rosa




Venho por meio deste explicar
Mesmo sem saber por que,
vou tentar dizer
O motivo de não mais publicar

Não publico porque não achei bom
Se fosse uma melodia,
sem medo diria
Que desafinei, saí do tom

Não publico porque o texto fala de mim
Igual a todos meus textos,
sei que é só um pretexto
Mas achei melhor por um fim

Não publico porque ninguém leria
Não sou um escritor famoso
Escrevo de curioso
A poesia do dia a dia

Agora chega, não vou mais mentir
Não publico porque me apaixonei
E como todo apaixonado não quis dividir

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sair comigo mesmo e voltar sozinho





Ontem me convidei para sair
não questionei meus motivos nem discordei
simplesmente aceitei
concordamos com a escolha do local
um buteco comum com aquelas máquinas de música
sentamos em uma mesa no canto
não queríamos provocar estranhamento, nem olhares comovidos
pedimos o mesmo para beber, uma cerveja gelada
seguimos a noite sem trocar nenhuma palavra
até que lá pela décima rodada
nossos olhares se encontraram lá no fundo do copo
desviamos os olhos de vergonha
vergonha de tudo aquilo que fizemos conosco
ou que deixamos de fazer por nós
nos olhamos fixamente por mais uma eternidade,
até que resolvi colocar uma música para quebrar o gelo
fui até a maquininha, coloquei uma moeda e escolhi Hey Jude dos Beatles
é incrível como a música une as pessoas
cantamos em uma só voz sem nos preocuparmos
com o que pensariam de nós
cantamos até que nos tornamos um
fui pra casa só e feliz

Os barcos






O Homem é como um barco
Precisa de um porto para ancorar suas emoções

Às vezes escolhemos lugares Como porto,
Mas lugares mudam, acabam, se modernizam
Transformam-se em ruínas
E deixam de ser seguros para as lembranças

Às vezes escolhemos pessoas como porto
Mas pessoas Mudam, são ausentes, se negam
Transformam-nos em ruínas
E deixam de ser seguras para os sentimentos

Então resolvi procurar por Deus
Desde então nunca me faltou lugar seguro para ancorar.